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O mistério de Cosmopax #2




Naquela noite, depois da aula, eu e o Sims saímos para passear para nós conversarmos mais. No primeiro dia que nos conhecemos já nos tornamos melhores amigos. Claro né, pois ele era meu único amigo. E o melhor de todos.
  Nós conversávamos sobre Cosmopax. Discutimos nossas ideias sobre o que está acontecendo. O Sims disse que acha que aconteceu algo com o Conselho Supremo, como por exemplo, pode ter ficado doente, e como não tem ninguem para substituí-lo, as gincanas e chuvas estão extintas. Até que fazia sentido, mas por que eu ainda achava que tinha mais alguma coisa por trás disso tudo?
  Quando ele me deixou na porta da minha WR, vi que tinha esquecido de pegar o jornal de hoje, que sempre deixam na porta. Me despedi do Sims, e entrei para ler.
  "Pixtar Rafabaiano desaparecido". Faz alguns dias que li matérias assim. O número de desaparecimentos está ficando alto... como já não bastasse estar acabando a água e a luz do sol.
  Resolvi tomar um banho. Lá pelo meio dele, ouvi um barulho. Batidas...
  "Toc, toc, toc."
  Desliguei o chuveiro para ouvir melhor.
  "Toc, toc toc."
  Me enrolei da toalha, e abri um pouco a porta do banheiro para ver se conseguia ver alguma coisa. Não tinha nada. Estava quase voltando para o chuveiro, quando ouvi o barulho novamente.
  "Toc, toc, toc."
  Demorou um pouco para eu perceber que eram batidas na porta. Me enrolei mais na minha toalha verde, e abri a porta.
  - Babyjeh? - Um Pixtar velho com o cabelo e barba grisalha chamou meu nome.
  - S-sim. - Gaguejei.
  - Desculpe-me por entregar tão tarde. - Ele me entregou uma caixa com embalagem amarela. - Aqui, fique com isto. 
  - O que é ist... - Mal terminei de falar e o Pixtar misterioso já estava indo embora às pressas. - Senhor? Espere aí! - Mas já era tarde demais. Ele já foi embora.
  Voltei para minha WR, sentei na cama e chacoalhei o pacote. O que havia lá dentro? Comecei a tirar a embalagem amarela. Vi que era uma caixa de madeira escura. Passei a mão nela, até chegar à uma abertura. Antes de abrir, pensei no que poderia ser. Não tenho amigos, então não poderia ser um presente. Poderia ser alguma pegadinha do Perfeitiinho e do Infinite.
  Resolvi deixar a caixa de lado. Mas quando iria voltar pro chuveiro, não resisti. A peguei, e abri.
  Um clarão saiu de dentro da caixa, que cegou-me. Fechei meus olhos. Não sei quanto tempo fiquei assim, mas quando o clarão diminuiu, eu abri.
  Eu estava sentada no chão. Olhei em volta, e vi que estava no meio de muitas árvores. 
  - Aonde estou? - Perguntava pra mim mesma. - Será a Times Square? Não, não. Há muitas árvores para ser. Eu estou no meio de uma floresta. Mas só existe uma floresta em Cosmopax. E é a...
  Cobri a boca, surpresa. Eu estava mesmo na floresta proibida? Não, não era possível. Ninguem mais vai lá, é proibida. Mas é a unica floresta de Cosmopax. Então, como eu vim parar aqui?
  Me levantei. Soltei um grito de surpresa quando percebi que ainda estava sem roupa, e a minha toalha havia sumido. Procurei ela em volta de mim, mas não achei. Quando olhei pra cima, vi ela pendurada no galho de uma árvore. Puxei-a, e me enrolei nela. Comecei a andar pela floresta que nunca havia estado antes, procurando uma maneira de sair dali.
  Olhei para o relógio do meu pulso. Marcava 03:45 da manhã quando eu desisti. Tudo que encontrava eram árvores e mais árvores. Eu tinha que descansar, talvez seria mais fácil sair dali na luz do dia. Então, encostei-me em uma árvore e peguei no sono.
  Acordei quando o sol estava nascendo, batendo no meu rosto. Eram 07:37. Levantei-me, arrumei a minha toalha no meu corpo e continuei andando pela floresta, em busca de ajuda, ou qualquer coisa.

  Três dias se passaram. Não desisti completamente de escapar dali, mas agora estava me concentrando mais na busca de alimentos e água.
  Caí no chão e comecei a chorar, reconhecendo que a minha esperança havia acabado. Mas, algo me fez olhar para cima. E então, eu vi que bem na minha frente estava uma ponte, que dava para uma casa, que ficava dentro do tronco de uma árvore. Sem hesitar, atravassei correndo a ponte improvisada e bati na porta.
  - Olá, tem alguem aí? - Gritei. - Por favor, me ajude! Eu estou perdida.
  Bati mais algumas vezes na porta. Quase caí lá dentro quando ela foi aberta. Olhei para baixo, e vi um garotinho que aparentava ter 6 anos. Mas ele era diferente, não parecia um pixtar. Parecia uma pessoa DE VERDADE! 
  - Ah! - Gritei, e cai para trás. O garotinho acabou se assustando, e foi fechar a porta, mas eu recuperei o equilíbrio e segurei-a. - Desculpe por te assustar. Não vejo ninguem aqui há dias, os seus pais estão em casa?
  Ele balançou a cabeça dizendo que não.
  - Ah. - Suspirei. - Você sabe quando eles vão voltar?
  Ele fez o mesmo gesto.
  Fiz uma pequena pausa, olhando para o garoto.
  - Será que eu poderia entrar?
  Ele se afastou da porta, e abriu um pouco mais, dando espaço para eu entrar. Olhei em volta.
  - Puxa, bonita casa. - Eu disse, olhando em volta. Notei em alguns quadros em cima da mesa. Peguei um deles para observar melhor. - São seus pais?
  O garoto fez que sim com a cabeça, depois pegou minha mão e me levou até uma cadeira. Depois, me serviu água e comida. Então, ele me deixou lá comendo e subiu para um segundo andar. Depois de alguns minutos, voltou com um vestido branco.
  Levantei da cadeira, e peguei o vestido da mão dele.
  - É da sua mãe?
  Ele abaixou a cabeça, e balançou ela devagar, dizendo que sim, mas sem pronunciar palavras. Coloquei o vestido.
  - Ficou meio grande. - Eu disse, rindo. - Mas sua mãe tem bom gosto.
  O garotinho continuou de cabeça abaixada.
  - Por que está tão triste? - Perguntei.
  Em vez de falar alguma coisa, o garotinho levantou-se e pegou o quadro dos pais dele, que eu havia visto antes. Ele apontou para as duas pessoas na foto. Peguei o quadro da mão dele e observei atentadamente. Reparei que em uma mesa atrás do pai se encontrava uma caixa de madeira escura.
  - Você está sozinho aqui há quanto tempo? - Perguntei.
  Ele nem teve chance de responder. Foi interrompido por um barulho vindo da porta. Tinha alguem batendo nela, batendo muito forte, tentando arrombar. Segurei o garoto e abaixei-o, quando a porta foi arrombada.


Essa historia foi criada por babyjeh e todos os outros capitulos seram postados aqui no LinkPax

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